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"Não existe um caminho para a paz; a paz é o caminho." (Mahatma Gandhi)

"Não devemos saciar a nossa sede de liberdade bebendo a taça da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir a nossa luta no mais alto nível de dignidade e disciplina. Não podemos permitir que o nosso protesto degenere em violência física. Vezes sem fim, devemos nos elevar às majestosas alturas para confrontar a força física com a força da alma." (Martin Luther King)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Mapa Mundi da Maioridade Penal - BA

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

3 passos para a construção de uma sociedade igualitária

1º) APODERAR-SE => de forma compartilhada, sem deslealdade

2º) SUBVERTER => a ordem desigual, individualista, patrimonialista e segregadora, criando uma lógica que privilegie o coletivo

3º) EMPODERAR => a coletividade, pois indivíduos empoderados não empoderam grupos e são presas fáceis de artimanhas conservadoras e desagregadoras

sábado, 2 de agosto de 2008

Raízes da violência e caminhos de paz (Geraldo Majella Agnelo)

Folha de Sp, 01 agosto de 2008


A violência, no fundo, é reação a problemas não imediatamente percebidos. Por isso, não basta fornecer armas à segurança pública



A EXTRAORDINÁRIA escalada da violência em nossas cidades, inclusive em Salvador (BA), exige reflexão para encontrar os caminhos da paz na sociedade.
A violência emerge como conseqüência de alguma outra coisa, como sintoma de problemas não imediatamente percebidos. A violência, no fundo, é reação a tais problemas. Por isso, não basta fornecer armas aos funcionários da segurança pública.
A violência nasce da desesperança, dos caminhos fechados, da falta de oportunidades para crescer e construir uma vida digna a partir do estudo, do aprendizado de uma profissão, da disciplina e do sacrifício para conseguir constituir uma família, ter uma casa para abrigá-la, gerar filhos, podendo educá-los.
A raiz da violência, que é mais difícil de ser reconhecida, está no modo de tratar o outro a partir do próprio interesse, sem considerá-lo na sua realidade pessoal, sem respeitá-lo na sua dignidade própria. A raiz da violência consiste em não amar o destino do outro, não se interessar pelo bem dele, dando sempre a precedência ao próprio interesse, à própria conveniência e vantagem.
Nesse sentido, as relações familiares podem estar marcadas por essa raiz de violência, que poderá explodir em ato de agressão, como Caim fez com o irmão Abel. As relações de intimidade de muitos namorados contêm essa raiz de violência quando uma pessoa pouco se importa com o bem da outra, sobressaindo o interesse individual. As relações entre funcionários e cidadãos nas repartições públicas, nas diversas atividades profissionais, contêm, muitas vezes, essa mesma raiz de violência.
Na origem da violência há, portanto, uma história de desrespeitos, frustrações, humilhações, negativas que fecham os caminhos para a realização de um projeto de vida pessoal e familiar positivo, construtivo para a pessoa e para a sociedade. Dessa maneira, acumulam-se tensões que poderão explodir quando menos se espera.
Além disso, dificilmente podemos avaliar o poder "educativo" dos debates no Congresso, nos meios de comunicação e, por vezes, nas escolas para defender o aborto, o uso de células-tronco, a legitimidade da eutanásia. Forma-se, sobretudo nas gerações mais jovens, a consciência de que se pode eliminar uma vida humana quando ela se torna um peso, quando atrapalha o sonho de felicidade. Matar pai e mãe, jogar pela janela a própria filha torna-se possível. Recentemente, uma mãe que jogou a filhinha pela janela no Paraná disse ao repórter: "Queria me livrar desse pacote". Por outro lado, aparecem a cada dia no noticiário figuras das mais altas esferas dos poderes públicos que cometem falcatruas, enriquecem com o dinheiro público e continuam sorridentes, livres, impunes, com seu poder e prestígio, como se nada fosse.
É evidente o extraordinário poder que esses fatos têm para desestimular no cidadão comum, sobretudo nos mais jovens, atitudes de honestidade e de sacrifício para conduzir com dignidade sua vida apertada. Cabe ainda uma palavra sobre políticas públicas que incentivam uma visão banal da vida, quase um jogo que não exige muita responsabilidade.
A oferta gratuita de camisinha nas escolas públicas não constitui um incentivo para se concentrar no estudo. Será que a oferta de camisinha vai melhorar os níveis de aprendizado dos adolescentes nas escolas públicas, que já foram avaliados entre os mais baixos do continente? Creio que também não estimulam a elaboração de um projeto de vida que exija disciplina e sacrifício. É muito provável que certas práticas façam crescer a percepção da outra pessoa como ocasião para um momento de lazer, instrumento da própria satisfação. Não parece uma boa base para enfrentar de modo positivo e sábio os desafios da idade adulta.
Nesse contexto, o mundo das drogas oferece ganhos fáceis, o poder das armas a quem sempre se viu humilhado, um caminho rápido para conseguir tudo o que parecia inatingível. Oferece também balas a bom mercado, para matar e para morrer, um jogo a mais nesse horizonte sem ideal de vida e sem objetivos para construir na dignidade e na paz a própria existência, a família e a sociedade. É urgente que adolescentes e jovens possam reconquistar a percepção da própria existência como relação direta com o mistério que está na origem de tudo, para encontrar motivos adequados para elaborar um projeto de vida digna e de crescimento no bem e na paz para si e para toda a sociedade.


CARDEAL DOM GERALDO MAJELLA AGNELO, 74, doutor em teologia, é arcebispo de Salvador (BA) e primaz do Brasil. Foi presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) de 2003 a 2007.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A morte

"A morte é espantosamente democrática. Não serve aristocraticamente a poucos, mas democraticamente a todos. Morrem os reis e morrem os mendigos; morrem os ricos e os pobres; morrem os velhos e os jovens. A morte vem para o inocente e para o culpado. A morte é o irredutível denominador comum de todos os homens."
(Martin Luther King, 18/09/1963)

terça-feira, 22 de abril de 2008

A paz (autor desconhecido)

Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz. Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados. O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave. O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu. O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos. Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo. Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate:

- Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?

E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse: - Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranqüilamente?

E os pintores sem entender responderam: - sim, mas... antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou: - Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranqüilos.

Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender. Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranqüila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade. Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência. A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranqüilo e nossa consciência arder em chamas. A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós. É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção. Sendo assim, concluiremos que a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será conquista individual de cada criatura, portas à dentro da sua intimidade.

A paz (Gilberto Gil & João Donato)

A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"