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"Não existe um caminho para a paz; a paz é o caminho." (Mahatma Gandhi)

"Não devemos saciar a nossa sede de liberdade bebendo a taça da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir a nossa luta no mais alto nível de dignidade e disciplina. Não podemos permitir que o nosso protesto degenere em violência física. Vezes sem fim, devemos nos elevar às majestosas alturas para confrontar a força física com a força da alma." (Martin Luther King)

terça-feira, 19 de abril de 2011

A certeza de impunidade também se aprende na escola...

SOCORRO!

Segunda-Feira, dia 28 de março de 2011, meu filho, Mateus Lima Santana Freitas de 11 anos foi agredido durante a aula de Educação Física por seis colegas da mesma turma e mesma faixa etária na escola onde estuda - Fundação Baiana de Engenharia no Imbuí.
Era início da aula de Educação Física e o professor ainda não havia chegado à quadra. Ou seja, os alunos do 6º ano B, estavam sozinhos.
Meu filho brincava na trave de futebol quando ficou preso na rede. Imediatamente um colega, que por ser menor não é possível divulgar o nome, se dirigiu à ele dizendo: “É mole, é mole. Ficou preso!” E começou a agredi-lo. Outros cinco colegas que presenciaram o ocorrido, no lugar de se posicionar contrários à situação, juntaram-se ao primeiro agressor e deram socos, pontapés, chutes em Mateus, que permanecia preso à rede da trave sem conseguir se defender ou soltar-se.
Não estavam eles na rua, na periferia, na escola pública, no meio de uma briga, nem em qualquer outro espaço que muitas pessoas usam para justificar a violência e a insegurança. Meu filho era linchado pelos colegas de turma em pleno horário de aula dentro de uma escola particular de bairro de classe média. Isso não minimiza nem amplia o fato. É agressão do mesmo modo.
Após o espancamento, os agressores, subiram num palco e em voz alta o chamavam de “otário que não bate em ninguém”.
Ao consegui soltar-se, ele chorando, com raiva, parte correndo para cima dos agressores, alcança dois deles, quando o professor de Educação Física chega e o surpreende ‘agredindo o colega’. Vão os três para direção. Os outros, responsáveis também pelo linchamento permanecem na aula.
Ele conta o ocorrido à coordenação e os dois dos colegas que o agrediram confirmam a versão dos fatos. E a escola? Nada. Nem uma comunicação à família, nem um primeiro atendimento já que Mateus havia levado muita pancada. Minimizou. Era uma “brincadeira de pré-adolescentes”.
Sou informado do ocorrido pelo próprio Mateus que reclama de dores no corpo e de cabeça. Resolvo levá-lo ao hospital, visto que, aquilo que não está aparentemente visível pode se configurar em algo bem grave internamente, muitas vezes.
Chegando á emergência ortopédica da SOMED, após alguns exames locais e radiografias, o médio identifica que há escoriações na cervical e prescreve antiinflamatório e o colar cervical imobilizador. Uso contínuo por cinco dias. E tudo era só uma brincadeira...
Procuro a escola cheia de indignação, questionamento e ódio. Sim, seria hipócrita se não dissesse que meu sentimento era de dor junto com meu filho e ódio dos agressores, dos seus pais e da escola. Sim, pois a violência não é um fenômeno simples, mas complexo. É composta de muitas variáveis, mas se fortalece às vezes, apenas por algumas. Mas, mais que ódio eu queria ação e respostas:
  1. Por que uma turma de garotos de 11 anos fica por um tempo sem nenhum adulto por perto acompanhando?
  2. Por que eu, responsável pelo garoto agredido, não fui informada, notificada pela escola do fato e convidada a ir à escola para uma conversa sobre o fato?
  3. Mesmo após a confusão, com sangue quente e sem ter reclamado de dores, por que a escola não deu os primeiros socorros ao meu filho? Ou mesmo, ligou imediatamente ao responsável, anunciando o fato e solicitando encaminhamento médico?
  4. Por que os pais dos agressores, assim como eu, não estavam lá no dia seguinte ao ocorrido para serem notificados, chamados à atenção e serem informados das medidas corretivas ou punitivas, como queiram chamar?
  5. Por que não houve nenhum tipo de punição para os alunos num caso de agressão gratuita e tão covarde?
  6. Qual ação preventiva a escola pode tomar para que situações semelhantes não aconteçam?
  7. Como os responsáveis dos agressores agem e reagem em situações como essas?

São muitas as questões e as indignações. A escola garantiu que os pais seriam chamados e que haveria uma conversa. É pouco. Muito pouco!
Foram só escoriações. Falo só, pois poderia ser pior: um chute nos olhos que afetasse a visão, uma pancada maior que implicasse em comprometimento da coluna ou vértebra que perfurasse um órgão, ou fatal, se a cabeça tivesse sofrido algum tipo de trauma. Não era só brincadeira. Aliás, não era brincadeira. Brincadeira de bater pode ser feita no videogame, onde é possível realizar catarse das emoções contidas sem machucar ninguém. Essas crianças precisam ser punidas, não com agressão de nenhuma ordem, mas por meio de ações educativas e orientações dos pais.
Após a minha visita, a coordenadora dirigiu-se à turma para falar da violência. Nenhum pedido de desculpas. Aliás, um dos agressores, vangloriava-se nos corredores de ter batido tão forte que Mateus estava com o pescoço machucado (não sabendo ele que era a cervical).
Minimizar os fatos, tratar todos de forma banal e normal são males da Educação. Não sei se foi esse o caso. Afinal, espero ainda ações da escola. Nossas   instituições de ensino estão cheias de violência em todas as esferas. Não há escala para violência, em minha opinião. Agressão é agressão e tem que ser punida como tal.
Garotos que se juntam para agredir um colega, um companheiro de turma e sentem prazer com isso, não são diferentes dos que agrediram mendigo em São Paulo ou tocaram fogo no índio em Brasília. São apenas, ainda, garotos e covardes.

terça-feira, 29 de março de 2011

Mesa redonda: Cultura de paz, espiritualidade e educação - PR

            No século XXI, uma tendência premente é o aumento de discussões acerca das dimensões emocionais, afetivas e espirituais que fazem parte da vida do ser humano como um todo, prioritariamente de profissionais da área da Educação.
          O Núcleo de Estudos e Formação de Professores em educação para a paz e convivências (NEP/UEPG), em parceria com o Sesc Ponta Grossa, realiza esta mesa redonda com o objetivo de observar os valores humanos por meio de diferentes olhares, pensando na Educação para a Paz como elemento relevante nas convivências escolares.
 
 
Mediação: Nei Alberto Salles Filho
Data : 30/03/2011 (Quarta-feira)
Horário: 19h às 22h
Local: Salão Social do Sesc (Serviço Social do Comércio)
ENTRADA FRANCA
NÃO SERÁ FORNECIDA CERTIFICAÇÃO
  
Você sente a necessidade de compartilhar mais sobre este tema?
Participe conosco deste momento inspirador.
 
Demais informações:

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Boas Festas e Feliz 2010!!!



(Clique na imagem para ampliá-la)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Se você pudesse dar um presente às pessoas carentes nesse Natal, qual seria?

Neste Natal, assim como todos os dias do ano, não doaria nenhum bem material. Como? É Natal! Tempo de doar cestas básicas, roupas e brinquedos usados... O maior presente que uma pessoa pode ganhar é o respeito à sua dignidade como ser humano - o que é constantemente negado às "pessoas carentes". Na verdade, trabalharia a carência dos/as que se referem ao mais pobres desta forma, pois a abundância material muitas vezes é acompanhada da pobreza de sentimentos em relação aos outros. Assim, investindo na formação de valores que alimentam e fortalecem o espírito, diminuiria lentamente, mas de forma segura, a dependência dos mais pobres da compaixão natalina superficial de quem possui riqueza material, mas se mantém cotidianamente através da relação de dependência que estabelece com o outro. Aí, sim, teríamos não só um feliz Natal, mas todos os dias mais felizes.

domingo, 29 de março de 2009

TERÇA FEIRA
31 DE MARÇO
17:30 – 19:30 HORAS
VIGÍLIA PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
NA ESTAÇAO DA LAPA, SALVADOR/BA

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Encontro discute Violência e Segurança Pública - BA

O JUSPOPULI e as ASSOCIAÇÕES DE BAIRROS DO ENGENHO VELHO DA FEDERAÇÃO, PALESTINA E CALABAR convidam moradores dessas comunidades e outros interessados para o encontro com o objetivo de pensar a VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA nos bairros populares de Salvador.
DIA: 31/01/2009 (SÁBADO)
HORÁRIO: 8h30min às 12h30min
LOCAL: Associação de Moradores do Engenho Velho da Federação - Rua Apolinario Santana, n. 154.
TEMA CENTRAL: "PENSAR CONJUNTO" VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA NAS COMUNIDADES POPULARES DE SALVADOR: (RE) PENSANDO MITOS, ENFRENTANDO DESAFIOS.
EXPOSITORA: DRa. Marília Lomanto Veloso(Dra. em Direito Penal, Membro do Conselho Penitenciario do Estado da Bahia, Profa. da Universidade Estadual de Feira de Santana, Presidente do JUSPOPULI)
Sua presença é fundamental importancia para (re)pensar conjunto um mundo melhor!!!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Evento internacional - BA

SIMPÓSIO INTERNACIONAL FIGURAS DA VIOLÊNCIA MODERNA

Local: Universidade do Estado da Bahia ( UNEB), Salvador, Bahia, Brasil.

Período. 14 e 15 de dezembro de 2009.

Como se apresentam as formas e as expressões da violência, no nosso imaginário contemporâneo? Inúmeros pesquisadores em Ciências Humanas criticam a abundância de imagens de violência às quais a mídia nos submete cotidianamente. Muitos afirmam que a representação de cenários de violência segue uma lógica de mercado, alimentada pela audiência. Em um plano mitológico, o semioticista e romancista canadense Bertrand Gervais analisa a problemática da violência relacionada com o mito de Teseu que mata o monstro Minotauro no labirinto. Vinculada assim à representação de cenas de violência, a figura da violência se estrutura em torno de um eixo semântico de deriva apto a autorizar a descrição de seres marginalizados que, além de terem perdido seus caminhos e suas memórias no labirinto, são levados a praticarem crimes e massacres. Tentando investir a figura mítica da deriva labiríntica de formações sócio-discursivas, que emergem na sociedade neo-liberal, altamente ligada aos apelos incessantes para o consumo ( apelos que foram bastante discutidos no momento da crise econômica atual), buscaremos entender as diferentes representações desses seres marginalizados nas sociedades norte-americanas ( Canadá e Estados-Unidos) e brasileira, dando continuidade à rede de pesquisa desenvolvida há vários anos entre a Universidade do Quebec em Montreal e universidades brasileiras. Como romancista, Bertrand Gervais indica como os excessos do capitalismo norte-americano permite o nascimento de personagens serial killer e suicidas, assim como outros apontam as engrenagens sócio-econômicas que permitem a emergência das gangs de rua ( compostas às vezes de jovens imigrantes), das guerras de motoqueiros, dos itinerantes drogados. No Brasil, além de existir uma arte hiperrealista ( expressa principalmente no cinema e na literatura contemporâneos) abordando a violência cometida pelo estado militar em relação a jovens da classe média classificados como "subversivos", vai se desenvolvendo uma temática relativa às operações de passagem entre a marginalidade das guerrilhas e a marginalidade atual dos traficantes de drogas, organizados nas neo-favelas, que tomaram forma no momento em que foram encarcerados nos mesmos locais. Essa transmissão de "saberes" se exprime de forma emblemática no filme "Quase dois irmãos" ( 2004, produção Brasil/Chile/ França), de Lúcia Murat, que conta com roteirização de Paulo Lins, autor de "Cidade de Deus". Na mesma direção, serão discutidas as imagens verbais e visuais das guerras e genocídios atuais, que brotam da lógica política neo-liberal, trabalhadas por semioticistas da UQAM. Dever-se-á, finalmente, encaminhar os debates sobre os denominadores comuns das representações da violência, buscando-se entender se tais representações refletem os diálogos entre a arte e a sociedade, ou fazem simplesmente parte de uma agenda mundial de espetacularizaçã o que promove a otimização da comercializaçã o de bens culturais.

Enviar resumos de propostas de comunicação para Licia Soares de Souza, até 30 de junho de 2009.

E-mail: liciass@hotmail. com